Da impossibilidade de abdicar do nome próprio: reflexões sobre o imperativo de identificação dos anônimos [On the impossibility of relinquishing your name: considerations on the imperative of identification of anonymous persons]

Autores

  • Mary Jane Spink Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Palavras-chave:

Pesquisa Social, Saúde Coletiva, Psicologia.

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre os efeitos biográficos do nome próprio,tomando-o como analisador do funcionamento da sociedade, seja em seus aspectosbiopolíticos, seja na perspectiva relacional. Com esse intuito, toma comodisparador o documentário “Solitário anônimo”, de autoria de Débora Diniz, para argumentar sobre a impossibilidade do anonimato na sociedade contemporânea.Quanto à leitura biopolítica da inevitabilidade do nome próprio, segue a tramahistórica de desenvolvimento da razão de Estado traçada por Michel Foucault, demodo a situar as práticas contemporâneas de nomeação como ato instituidor decidadania. Nesse contexto, o nome é tanto um direito como um dever e, portanto,impossível de a ele renunciar. Porém, o nome próprio é também uma inscriçãobiográfica que possibilita refletir em seus efeitos a partir de uma leiturarelacional das práticas sociais assim engendradas. São essas dimensões quelevam as diversas pessoas que interagem com esse anônimo a buscar pistas pararevelar quem seria ele e as razões que o levam a buscar morrer.

 

ABSTRACT - This paper focuses on the biographical effects of a person’s name taking it as an analyzer of the way society functions at both, the biopolitical and relational levels. With this purpose, the discussion centers on Debora Diniz’s documentary “Anonymous Loner” in order to argue on the impossibility of being anonymous in contemporary society. With regards to the biopolitic aspects of the inevitability of having a name, it follows Michel Foucault’s historical narrative about the development of a reason of state so as to place contemporary practices of naming as a founding element of citizenship. In this context, one’s name is both a right and a duty, hence, making it impossible to renounce having a name. However, one’s name is also a biographical inscription that propitiates a relational analysis of its effects in terms of social practices. These are some of the aspects that motivate the various people that interact with this anonymous person to search for clues about his identity and the reasons that led him to want to die.

 

Keywords: Civil Registration; Delivery of Health Care; Psychology.

 

Biografia do Autor

Mary Jane Spink, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Professora Titular, Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2013-05-29

Como Citar

Spink, M. J. (2013). Da impossibilidade de abdicar do nome próprio: reflexões sobre o imperativo de identificação dos anônimos [On the impossibility of relinquishing your name: considerations on the imperative of identification of anonymous persons]. aúde & Transformação ocial ealth ∓ ocial hange, 4(3), 22–28. ecuperado de https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/2285

Edição

Seção

Pesquisa, Teoria e Metodologia